Adoção - acompanhamento psicológico

 

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Adoção: a importância do acompanhamento psicológico

                Ter um filho, seja natural ou adotivo, requer sempre uma preparação, seja do indivíduo que assume sozinho este papel, seja do casal. É desejado que eles estejam bem, vivendo uma fase harmônica e estável, afinal, é neste ambiente que será inserida uma terceira pessoa, geralmente frágil, em formação, e que exigirá muitos cuidados.

                Adoção é um assunto cada vez mais discutido e a importância da intervenção de um psicólogo durante este processo é praticamente unanimidade. O acompanhamento emocional do indivíduo e da família é um suporte importante desde a decisão em si, até os caminhos que preparam os mesmos para a chegada de um filho. É fundamental também no processo da adaptação à nova estrutura familiar.

                Adotar é um ato legal e definitivo, que envolve tornar filho um ser que foi concebido por outros pais, mas, antes disso, é uma mudança muito grande e muito séria na vida de todos os envolvidos.

                A motivação deve ser muito bem pensada, e sessões com um psicólogo podem ajudar muito na avaliação do real motivo para esta tomada de decisão, visto que envolve a vida de uma outra pessoa.

                É importante a percepção de que adoção não é necessariamente viver um conto de fadas. Adoção é, na verdade, viver a paternidade com todos os ônus e bônus envolvidos. Muitos indivíduos ou casais que desejam adotar um filho vivem uma série de fantasias que nem sempre se confirmam da forma sonhada.

                Adoção é vida real, e como tal, certamente envolverá momentos de estresse. Afinal, ter um filho envolve rotina, cotidiano, cansaço, maiores investimentos, mas pode, e deve, ser uma relação saudável e extremamente prazerosa para todos os envolvidos.

 

Os números da adoção no Brasil

                Em maio de 2018, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça, 8,7 mil crianças e adolescentes esperam para ser adotadas no Brasil, mesmo havendo 43,6 mil famílias no Cadastro Nacional de Adoção (CNA) interessadas em adotar um filho. O número de candidatos a pais é mais de 5 vezes maior que a quantidade de crianças e jovens que aguardam uma família.

                Isto se devem a vários fatores. Mesmo com morosidade jurídica do país, é importante considerar que, nestes casos, há rigor na aprovação dos pais, na tentativa legítima de atender a criança da melhor maneira possível.

                No entanto, há também a restrição dos pais, ao buscarem nas crianças características específicas. Mais de 74% das crianças que aguardam adoção são maiores de cinco anos, pardas ou negras, deficientes, com doenças crônicas ou são irmãos. Infelizmente, porém, de acordo com dados do Cadastro Nacional de Adoção, 77,79% dos pretendentes para adotar só aceitam crianças de cinco anos, 17% dos casais só querem crianças se forem brancas e mais de 64% não querem adotar um grupo de irmãos.

O papel do psicólogo no processo de adoção

                Segundo o psicólogo Gilvandro Benvindo Pereira de Carvalho, parceiro do portal Nossos Psicólogos em Santo André, São Bernardo do Campo e na Bela Vista, em São Paulo, “o psicólogo promove um ambiente de escuta junto ao indivíduo ou casal que desejam adotar um filho, ouvindo e acolhendo sua ansiedade, seus motivos, seus medos e suas expectativas”.

                Ele explica que, as reflexões promovidas pelo atendimento psicológico envolvem algumas questões cruciais para a pessoa que deseja adotar, pai/mãe, pai/pai, mãe/mãe ou pai e mãe. O desejo de um filho adotivo vem pela necessidade do adulto em ter companhia? Para salvar uma relação desgastada? Para substituir um filho que se foi? Entender quais são os reais desejos que motivaram esta decisão é fundamental para a manutenção do equilíbrio e da harmonia da nova fase que virá. A decisão deve ser consciente e madura, afinal, existe a vida de crianças e adolescentes em jogo.

                Ainda existem muitos estigmas no que concerne ao tema da adoção e muitos pais, por exemplo, sentem medo de uma eventual rejeição por parte da criança, da sociedade, temem por uma possível dificuldade na evolução intelectual da criança adotada ou mesmo pelo caminhar afetivo da relação que se estabelecerá.

                “Infelizmente ainda há quem acredite que um filho adotado tem maiores chances de ser uma criança revoltada, ingrata e incapaz de superar o trauma de seu abandono, o que é uma visão absurda e completamente equivocada”, comenta Gilvandro Benvindo.

 

A apreensão das entrevistas e da fase inicial

O acompanhamento do psicólogo durante todo o processo das entrevistas e da espera é muito importante, pois é uma fase na qual devem ser balizadas as expectativas e deve haver preparo emocional para eventuais frustrações”, explica o psicólogo.

                É durante esta fase que os órgãos competentes realizam um estudo psicológico, social e pedagógico do interessado, avaliando também se o ambiente familiar é adequado para a chegada de um filho e se a adoção agregará benefícios para as crianças e adolescentes adotados.

 

Terapia durante a convivência inicial com o filho adotado

                O psicólogo pode também ser de grande auxílio durante o tempo de convivência inicial entre a criança ou adolescente e os interessados em sua adoção. Este é um período delicado cercado de incertezas e ansiedades.

Nesta fase, o profissional pode ajudar os adultos a promover e manter um ambiente adequado para a criança ou jovem, que estará se adaptando a este novo mundo, tão desejado quanto desconhecido.

 

Após a conclusão da adoção

                Durante esta fase da adoção, a psicoterapia pode auxiliar os envolvidos na percepção da realidade e na adaptação à nova configuração da estrutura familiar.

                É bastante recomendado que o psicólogo continue atuando depois do processo jurídico da adoção ter se encerrado, afinal, é depois desta fase que a rotina normal acontece. É neste momento que se formam os vínculos e a real adaptação entre a criança, ou jovem, e a nova família.

                “A preparação psicológica é muito importante para que, nesta fase, os pais estejam tranquilos para lidar com os problemas que ocorrem no âmbito familiar. É possível que, no novo lar, a criança adotada se mostre insegura, pois sente imensa alegria por ter um lar, e, paradoxalmente sente profundo medo de perdê-lo.”, ressalta Gilvandro Benvindo. Segundo ele, a psicoterapia pode facilitar na orientação das questões afetivas, para que sejam o mais saudáveis possível, na estabilidade emocional e, principalmente, na construção dos vínculos de confiança que irão se estabelecer.

 

Acompanhamento psicológico para os filhos adotivos

                Crianças e jovens que aguardam uma adoção, em sua grande maioria, passaram por situações extremas de abandono e rejeição. Por conta disto, sofrem grandes privações emocionais e podem ter sua autoestima muito fragilizada. Por isso, é altamente recomendado que tenha um acompanhamento psicológico e, claro, recebam todo o amor de sua nova família.

                O atendimento psicológico para a nova família que se forma é importante antes, durante e depois da adoção em si. É fundamental em muitos aspectos, desde a adaptação, o convívio com os novos desafios e a manutenção da saúde mental e emocional de todos os envolvidos. A segurança quanto às motivações, o equilíbrios das expectativas e a formação cuidadosa dos vínculos afetivos e de confiança são fundamentais para que a adoção seja um processo saudável para todos os envolvidos e, principalmente, que possa criar laços familiares sólidos e felizes.

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